''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

terça-feira, 30 de março de 2010

o chão abriu-se na mesma fenda
que a tua boca dizendo 'não' abriu escuridão
engoliu minha pele, deixou meus olhos sem porto

mas os poros abertos, a escuridão pra aguçar
a voz pra lembrar que o canto é a luz no fim do túnel
e os teus passos o compasso de um vazio


deus, o vazio de
ti-ti-ti-ti-tic-tac-tic-tac-tic-tac...


a que agora o golpe desse tempo sem terra
pra fertilizar os meus campos de morango
- de gosto puro vindo do amor - carmin - fundo da boca,
essa fenda de espaço profundo
é a falta de tempo,
é o caminho lento,
é o profundo recriando o espaço
pra o que não está preenchido, mas se é uma lacuna...
não é vazio!

''...Where are you my angel now?
don't you see me crying?
And I know that you can't do it all
but you can't say I'm not trying...''


e são as raízes aéreas que doem a falta de força pra nutrir frutos
; saliva lenta da minha boca seca, seca.