''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Estou quietinha. Seguindo o curso.
Lado a lado com a minha vida (sim, sempre um leve sinal de desgosto)
Leio algo que me deixa entre quatro paredes, mas nada tão forte que estremeça os escombros da parte fatalmente intimista.
Ou talvez eu tenha criado uma crosta mesmo, mas nunca insensível;
as coisas escorrem pelo meu corpo e do que me provocam,
transpiram temperaturas que deliro ou me protejo e
simples e inutilmente sigo o curso - de novo é fatal e irremediável o meu apego.

Mas não muito mais que de repente, eu sinto a tua falta.
(Claro, sinto o tempo inteiro, mas não posso deixar que me assole inescrupulosamente)
E, como no gênio poético e criativo, te figuro numa estrela
me guia por brilho forte, me encanta por voracidade linda e tímida;
és tu a figura mais bela para meus olhos, ainda que completamente distante...
E daí, é que eu estremeço de olhos: distante.
Numa condição já amortecida pelo tempo entre nós, é exatamente assim que estamos.
Você escolheu e mais que eu, se recolheu; é o que querias, e sinto que não vais me querer mais.
Isso me dá um tremendo medo, um medo imenso que a minha esperança não é capaz de conter...
De tua força, a minha presença se apaga e tu escolhes, tão cruel e frívolo numa matéria que não te cabe, que me desgasto no teu tempo que é tão livre e não me aconselha a ser tua companheira, um tão-desolador, jamais.
A distância entre nós, é uma estrela que és longe de mim, viva no meu contemplar,mas não se acalenta aos meus toques, e não sei se volta pra me trazer de volta o cálido, num beijo.

Eu peço todos os dias para os astros,
eu te vejo eternamente, como se sempre soubesse;
mas eu não sei.
absolutamente, eu não sei.

E meus olhos sempre se umedecem
Todas as paredes são frágeis fortalezas
Porque o tesouro está descoberto
só enterrado, pelos olhos fechados que não querem ver.

Os cílios unidos e molhados,
meu olhos estremecem.

Sim, eu tenho,
muito medo.

"(...) Refazer, por dentro. É possível, mesmo com o sangrar das mãos, a pele arrancada, as costas doendo de tanto peso? Será preciso jogar o prédio inteiro ao chão, para recomeçar? (...)"