''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

sábado, 15 de maio de 2010

http://apenasclaricelispector.blogspot.com/2008/04/se-deve-viver-apesar-de.html

'' há um cacto aqui na sacada ele me pertence e por isso acredito que faça parte de mim. por cada poro um espinho e em questão de meses obti um corpo igual ao meu cacto: espinhoso e seco. necessito de palavras doces pra amaciar toda a água interna. são lágrimas mudas. meus sentidos já não se acertam e por isso eu já não faço sentido.

eu choro canto declaro e me sinto quase sobre um precipício toda vez que isso acontece. eu digo baby você é meu eu te quero toda hora e não tenho dúvidas de nada. você sorri, quando não diz nada e quando não diz nada fica por isso mesmo e minhas palavras, pobres palavras, se esvaem pelo ralo das minhas serenatas.

arrepios tem me incomodado.

bate três da matina e o cacto na mesma posição. bate três da matina e bate junto uma inveja porque né socorro eu me remexo em oito mil posições na cama procurando um jeito de esvaziar a mente. você me enche e me preenche, mesmo com aquele celular maldito sem bipar por tempos. mesmo com as palavras escassas. porra meu amor você me faz constantemente a pessoa mais intensa do mundo e eu já não consigo lidar com essa querida velha nova amiga. eu não sei lidar comigo mesmo e eu não faço sentido embora eu já tenha dito isso. eu to tão mal pra cacete que eu tenho vontade de que todos ao meu redor desfaleçam em dominó. eu to tão bem pra cacete que eu gritaria da janela pra chegar até perto da catedral junto com os sinos amor você é meu te quero toda hora e eu não tenho duvidas de nada. mil vezes. clarice me ensinou a não amar pela metade mas caio dizia e eu não acreditava: love kills love kills love kills.''
(http://luizricardomorfinado.blogspot.com/)