me vejo deparada a ter de engolir um infinito a seco...
e o que se faz com as gorfadas que vão uma a uma apertando o coração
e tirando o fôlego do pouco e único entendimento?
não é razão,
mas é motivo.
e numa lógica insuficiente que responda,
mas mantém vivo
o que agora só vai existir.
pra ser um pouco mais fraco,
sofrer calado,
ignorar uma parte.
e justo a mais intensa.
se o infinito vai se redimir ao pó do não-acontecimento,
justo aos acasos do que diz-se finito por finito,
eis o tempo novamente,
resumindo a vida nas entrelinhas que eu nunca saberei projetar
entre meus dedos de fazer e de não conseguir segurar.
"(...) E o seu amor que agora era impossível — que era seco como a febre de quem não transpira era amor sem ópio nem morfina. E "eu te amo" era uma farpa que não se podia tirar com uma pinça. Farpa incrustada na parte mais grossa da sola do pé. (...)"
''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
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