''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vinho e você.

pra você que hoje de novo por aqui não está:
a minha valsa de um gosto pleno, pela língua que sente sem precisar dizer,
dos olhos que entregam mesmo sem direção,
e toda luz que emana dos poros flutuantes com a temperatura vinda da boca,
do brinde do céu com as estrelas tardias e um apelo vitalício que encarna a poesia
mesmo no deslize da melancolia com a incerteza dos últimos dias amargos e estranhos.

pra você a minha sensação de dormência dos pés em espera,
do movimento que vem logo após, sem tragédias de sentir o que tem vindo,
essa coragem de assumir antes que certifique-se da não-permissão,
os traços não-concebidos pela mão que pousa no rosto e sente o mundo que poderia dizer,
mas faz mais sentido em existir porque te contempla também - mesmo sem estares aqui

...e tudo faz sentido de novo; quando se respira, tateia, dança, brinda o gosto do
vinho na boca faminta do rubro, do verdadeiro, do âmago, do repleto sem a
necessidade de contar nos dedos quanto é e quanto foi; é tanto que vai apenas pra
você, nesse oferecimento tímido que não passa de um canto bonito, e baixinho,
pra que lhe alcance os pés e faça seguir, quem sabe até voltar; mas nunca parar,
porque é pra você e assim, que as palavras insistem em completar as linhas...

vide minhas lágrimas,
meus versos,
minhas expressões e as demais vivências
que se repetem em tudo porque assim .