''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

nouveau l'enfer tous les jours

Meus dedos descrentes descascando retalhos que alimentam a fome.

Assim como sei que as gotas que caem lá fora são socos na parede
Não medindo o que pulsa para o que aguenta quando se está vivo.

E olho então a transparência numa nuvem espessa que desfoca um ponto certo
Para contornar em linhas tortas a realidade escaldante
derretendo as lembranças que não se apagam como impressões nos lençóis, (o amor supera a margem do corpo como um grito segurado tenso entre os dentes)
lavados estirando o esmero do pra sempre ruindo em segundos
que passam sem deixar vestígios que voltam sem remoerem as bordas dos ciclos.

Um veneno doce que estira no suor a marca de lágrima
e na minha ingratidão, um deleite puro
E que entendo que não se revive adorando símbolos,
mas ressurge daquilo que não se toca mas é etéreo e eterno
vive nos olhos que trazem o suspiro para esse calor.

A brisa desse inferno.
(Esperando uma chuva grossa que atenda a tranparência
trans_lucidez)

E por entre meus dedos, quem diria...

Um dia tive o mundo nas minhas mãos,...
e no outro não tenho coragem, de soletrar teu nome.