estou aqui, descobrindo a manhã na escuridão do horário de verão
e notando a peripécia dos pássaros que já nascem o dia em seu canto
- mesmo sem luz matinal, e eu penso daonde se orientam tão vívidos.
uma natureza que não explica a força que contêm
e vem com aquela ânsia de perplexidade
traduzida aqui pra dentro como o que não se explica
- e eu sempre digo que - se sente.
eu não aguento mais tua falta, meu amor...
é isso que me consome.
eu poderia matar e morrer pela certeza que eu tenho,
mas não sei manter isso aqui.
inerte como morto
se a vida ressurge nesses pássaros,
numa canção,
em mim, ''...aflita e só
confusa e sem, você por aqui...''
o que coincide sem eu querer
dá a erupção das lágrimas da minha melancolia seca
que dói com esse curso salgado pelo rosto,
provocando a boca da falta de palavras doces
e do teu gosto a trazer ternura pra eu reproduzir em versos.
essas mãos doentias só tecem nós
de palavras entaladas na garganta
e nunca mais aquele mesmo
que é tudo e é infinito
- e justo, o inconcebível retraíndo sua verdadeira posse:
o vazio contornando páginas brancas,
as estrelas apagadas no impossível que me fez dormir
E levantando de madrugada, me trouxe até aqui,
sem tuas palavras, sem teu cheiro,
sem a noite entusiasmada de existir simplesmente ;
um oco me fere e se refere às saudades que não deixam nunca
as horas passarem simples por aqui...
''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
Assinar:
Postagens (Atom)