''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

sábado, 13 de novembro de 2010

Mon-Voulez

O cansaço da solidão
sem a misericórdia de
abrir os olhos e n'outro
dia ver um esqueleto passado
- muito mais que a fome de um vão

Um espaço ocorrido entre
a graça de sentir-se em-mundo
e do vazio apossando tudo
à possibilidade de fortificar
a surpresa de estar

Como em vontade de crepúsculo em direção do olhar,
as cores rubras escancarando o peito
sem o medo da pele pálida,
sem o avesso de um dia neutro

Entre a não-tranquilidade que o tempo diz
agonizando os dedos parados
e a espera em desencanto de flores novas
- quase mármores

Petrificando uma presença encrustada em toda parte,
congelando o pulsar alto e vívido
Um grito se volta em sombra no olhar, e se parte o mundo
E ainda o contraste é cheio de amor, veja só,
como em toda parte,
como se fosse tudo.