''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''

quinta-feira, 25 de junho de 2009

15:17h

eu não consigo me manter estável, porque embora cheia de amor eu
esteja, essa dor confronta toda a esperança e a realidade me
condena a sensibilidade; toda a vez que eu me deparo com a tua
falta, eu sinto o peso de uma despedida que nunca ocorreu de fato,
porque tu nunca partistes, mas não estás e pior, não sei quando
chegarão palavras suas. e assim eu fico numa constante partida
destes sentimentos sem sentido e os arrepios covardes que me
arrebatam a calma em qualquer momento - seja o mais importante pra
mim, eles falam mais alto do fundo do meu coração, Minha vida.

eu sei que eu não consigo,
por isso as lâminas se afiam, e eu deixo ao encargo do tempo
a troca de peles que cortante ele fará;
entre o vento frio, entre a dor, o desespero, a saudade, tantos e
tantos risos...
vai me doer muito ainda, a falta do teu companherismo.
o compartilhamento de citação qualquer que sabíamos com paciência
ceder, na nossa língua.
Para falar e para sentir; nossas línguas.

Agora são tapetes de um veneno que não tem de fato atingido
ninguém,
se não nas próprias mordidas que calam gritos nossos,
tem matado-nos, lentamente.

Porra, e tu sabes disso.
Caralho, tu queres isso.
Meu deus, eu não entendo.
Eu falo tanto sozinha, eu falo tanto... eu falo pra ti, que não
estás, eu estou te alimentando aqui dentro; eu quero morrer mas
não quero que tu morras.
Eu vou dizer, eu vou dizer sim, escrever para nunca se perder;
pra nunca mais alcançar no nosso caminho bonito esse atalho pra
volta-sem-fim da dor de não seguir direção,
- e desistindo da guia, afunda-se.

E essa merda de chuva vem pra irromper o silêncio. Irônica pra
quando me esforço pra ouvir-te, pra ter uma resposta.
Mas ela não me encomoda. De agora em diante tem-se mostrado
companhia. E na incontância que me zomba, parte a janela um raio
de sol e gorjeios... essa janela suja, essa vista que não vale
nada. essa preguiça. eu poderia poetizar o dia...!

''Pelo amor de deus, a sede não passa com dois goles de café, só
porque a tarde é bonita nos olhos da tempestade que só pensa em
devorar o mundo.''

silencias-me, Gabriele.
me dizes antes, e deixas sem pretenção tua, mas com realidade
minha que, sinta

A lama começa a acumular na porta.
As peripécias do tempo não param...
E essa lama laranja, e esse tempo batendo o pé por quem entra
aqui, deixando pegadas
e passagens.

só passa,
só pode passar.
só posso aceitar esse tempo e me deixar de vez.
deixar pra onde ele me levar, aonde ... sei lá.

folhas por aí e eu te busco.
um curso de lágrima perfeito.

Dói finamente esse peito.