''Estranheza do Mundo
Olho a árvore e indago:
está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
uma nova beleza
com que me deslumbro:
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto "para quê"?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.''Um exemplar flutuando feito um ninho,
as aspas de um aconchego
Refletindo o peito
no imerso escondido,
Pleno infinito.
e é todo teu.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Posfácio:
"(...) O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer. (...)"
''Todas as horas ferem, até que a última põe um fim...''
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Um exemplar...
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Um comentário:
Hei. Olha eu aqui.
Sem muito a dizer
mas admirado com o que li.
Parabéns pelo escrito
Pra que função?
Pra que "pra que"?
Se pode ser apenas contemplação.
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